Note-se que uma “partícula virtual” não tem massa, e por isso não é matéria no sentido clássico e positivista do termo. O “nada” surge aqui como uma espécie de “fonte” de onde “brotam” as partículas elementares “virtuais” desprovidas de massa que dão origem através de uma interligação ou interacção entre elas, às “partículas reais” (com massa).
Por isso é que Stephen Hawking diz que “o universo surgiu do nada” — da mesma forma que o nosso anti-positivista da Idade Média dizia que “os duendes verdes pintavam as folhas de verde durante a noite”.
“¿Por que existe algo em vez de nada?” — perguntou Leibniz.
Fritjof Capra diz que o “algo”, de Leibniz, surge do “nada”.
Fritjof Capra diz que o “algo”, de Leibniz, surge do “nada”.
À luz da metafísica, o “nada” (segundo Fritjof Capra, ou o “abismo”, segundo Roland Omnès) já ultrapassa a imanência da dimensão quântica da realidade, e já entra pela transcendência adentro. O “nada” transcende a imanência da realidade quântica.
Fritjof Capra, na sua qualidade de cientista, é obrigado a dizer que “as partículas elementares virtuais surgem do nada”.
Temos, portanto, pelo menos, três dimensões distintas da Realidade:
- a dimensão “material” macroscópica, determinada pela Força Entrópica da Gravidade, que é aquela que nós percebemos através dos cinco sentidos;
- a dimensão quântica da Realidade gerida pela Força Quântica, que é imanente à anterior e regula o “avanço” do espaço e o “curso” do tempo;
- e a dimensão transcendente da Realidade, que é aquilo a que Fritjof Capra metaforicamente chama de “nada”, e que é a dimensão da Realidade de onde surge a “matéria-prima” que fabrica o universo.
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